No dia 14 de Janeiro de 2018, o jornal
Folha de São Paulo publicou matéria escrita pelo colunista Reinaldo José Lopes,
na qual ele utiliza de argumentos incompletos e superficiais para defender que
"homem não presta", que "violência e estupidez são coisas de
homem", disseminando o ódio contra os homens e reforçando o estereótipo da
"masculinidade tóxica".
O autor justifica sua opinião alegando
que há correlação entre ser homem e estar envolvido em casos de violência e de
acidentes, mas o mesmo acontece com outros grupos, como negros e pobres, mas
defender que "negros não prestam" ou que "violência é coisa de
pobre" jamais seria admitido.
Embora seja verdade que a maioria dos
casos de agressão tenha os homens como perpetradores e muitos acidentes
evitáveis tenham os homens como as principais vítimas, o colunista não menciona
que homens são mais propensos a arriscar a vida para proteger os outros, sendo
maioria dos policiais, bombeiros e qualquer outra profissão perigosa, além de
estudos comparando a violência sofrida e perpetrada por cada sexo, e isentos da
narrativa feminista homem-agressor/mulher-vítima, demonstram haver simetria
tanto na agressão quanto na vitimização, mudando apenas a modalidade. Assim,
enquanto homens são mais propensos a agredirem de formas facilmente
perceptíveis, como a violência física e sexual, as mulheres são mais propensas
a praticarem atos de violência mais difíceis de serem reconhecidos, como a
violência psicológica, o mau-trato
infantil, envenenamento e pedir que outra pessoa cometa a violência por ela.
(exemplos podem ser encontrados nos livros de Warren Farrell, nos escritos de
Murray Straus,
Simone Alvim e outros).
Se invertêssemos os papéis e tivéssemos
um artigo dizendo que "mulheres não prestam" ou que usasse o fato de
a maioria quase absoluta de alienadores parentais e pensões ter a mulher como
beneficiária para dizer que "manipulação e extorsão são coisa de
mulher", esse artigo seria facilmente considerado discurso de ódio contra
a mulher e todos os meios de comunicação do país estariam exigindo a retratação
e punição dos envolvidos. Sendo assim, repudiamos as declarações ofensivas
publicadas no jornal e exigimos a imediata retratação dos envolvidos.
Reconhecemos que não se trata de homens
não serem maioria dos envolvidos em atos de violência ou não fazerem coisas
"estúpidas". Mas entendemos que o combate à discriminação de gênero,
presentes no artigo 5º da Constituição Federal de 88 e no artigo 1º da
Declaração Universal dos Direitos Humanos, vai além de combater a violência
contra a mulher. Somos contra a tentativa cada vez mais comum de transformar o
sexo/gênero masculino em um inimigo, de fomentar o ódio através da segregação
da sociedade em mocinhos e vilões e exigimos que os homens sejam reconhecidos
como seres humanos, seres imperfeitos com qualidades e defeitos.
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