sábado, 24 de fevereiro de 2018

Melhorando de vida ao reconhecer os pensamentos automáticos

Eu sempre falo aqui no blog sobre a realidade masculina. Hoje, farei um pouco diferente, pois não adianta falar quais os males dos homens e não oferecer nenhuma solução e começarei pelos pensamentos automáticos.

O que são os pensamentos automáticos? Bem, o mundo está em constante mudança e muitas vezes não temos tempo de pensar no que fazer. Por essa razão, nossa mente é dotada da capacidade de pensar sozinha, muitas vezes tão rápido, que nem percebemos que pensamos. Esses são os pensamentos automáticos. Como todo pensamento, o pensamento automático é necessário para nossa sobrevivência e pode estar certo ou errado, mas por ser tão rápido, muitas vezes assume a forma de crença fanática e acaba nos autossabotando.

Por essa razão, é importante tentarmos perceber quando estamos diante de um pensamento automático e testarmos até que ponto ele é verdadeiro. O melhor é que qualquer um pode fazer isso: homem ou mulher, jovem ou idoso, psicólogo ou leigo. Veja quais desses pensamentos você tem com mais frequência e, depois, peça para seus conhecidos tentarem identificar os deles:

Filtro mental: É quando consideramos apenas os fatos que colaboram com nossa crença, mas ignoramos os fatos que contrariam nossa opinião. Um exemplo é a crença de que as mães são sempre melhores que os pais porque "sabem trocar fralda".

O que fazer quando pensamentos do tipo "filtro mental" estiverem atrapalhando sua vida?: Pergunte-se o que você pode estar ignorando. No exemplo acima, poderíamos perguntar "quantas vezes cada genitor já trocou as fraldas?" ou "só porque a mãe sabe trocar fraldas melhor que o pai, quer dizer que ela é melhor em tudo?"

Generalização: É quando usamos poucas situações para criar regras amplas e gerais. Um exemplo seriam as pessoas que, porque traem ou foram traídas uma vez, acreditam que as pessoas são incapazes de serem fiéis.

O que fazer quando pensamentos do tipo "generalização" estiverem atrapalhando sua vida?: Evite termos amplos e absolutos, como "tudo", "nada", "sempre", "nunca", "todos", "ninguém". Seja específico. No exemplo acima, pense "minha ex me traiu, mas que indícios tenho de que minha atual namorada também me trairá?" 

Personalização: É quando achamos que algo acontece por nossa causa, mesmo não tendo nenhuma relação. Esse tipo de pensamento é comum com filhos de genitores separados, que se sentem culpados pelo divórcio.

O que fazer quando pensamentos do tipo "personalização" estiverem atrapalhando sua vida?: equilibre as responsabilidades. Pergunte-se até que ponto você é realmente responsável (responsável, não culpado) pelo que ocorreu. No exemplo acima, converse com as crianças o verdadeiro motivo pelo qual está se divorciando e em como isso afetará a vida de cada um.

Tudo ou nada: É quando dividimos as coisas em bom e mau, perfeito e defeituoso. É o grande mau dos perfeccionistas e um exemplo seria pensar "se eu não for rico, não mereço viver (ou ser amado ou...)"

O que fazer quando pensamentos do tipo "tudo ou nada" estiverem atrapalhando sua vida?: Valorize os pontos do meio. A perfeição é inalcançável, qual o grau mínimo de satisfação? No exemplo acima, pense "enquanto eu não for rico, posso viver de forma satisfatória ganhando um mínimo de... (ou posso ser amado se eu apresentar as qualidades X ou o que conseguir pensar)".

Catastrofização: A maioria conhece esse pensamento automático como "pessimismo", é quando acreditamos que tudo dará errado e não existe a menor possibilidade de um "final feliz". Um exemplo comum são homens que cresceram sem pais e, por causa disso, acreditam que nunca serão bons pais, não importa o que aconteça.

O que fazer quando pensamentos do tipo "catastrofização" estiverem atrapalhando sua vida?: Considere todas as possibilidades. É certeza que pode dar errado, mas raramente esse é o único resultado possível. Tente pensar que outros resultados poderiam acontecer. No exemplo acima, poderíamos pensar "talvez você aprenda a ser um bom pai observando a mãe da criança, conversando com um pai que você considere exemplar. Talvez você tenha um bom instinto paterno e consiga aprender relativamente sozinho".

Leitura mental: É quando acreditamos que sabemos o que os outros estão pensando ou sentindo, que podemos prever como os outros irão agir. Esse é um problema comum com pessoas tímidas, que acreditam "saber" que os outros irão ridicularizá-lo se ele falar em público, se for visto dançando, etc.

O que fazer quando pensamentos do tipo "leitura mental" estiverem atrapalhando sua vida?: Infelizmente, não é possível ter certeza do que os outros pensam sem lhes perguntar. Tome coragem e pergunte aos outros o que eles fariam se vissem alguém fazer o que você pretende, diga o que pensa e aceite o risco de ser ridicularizado. Você se surpreenderá com o quão solidário as pessoas são. Se você se interessa por alguém, diga a essa pessoa o que sente, não se torture achando que será rejeitado só porque não tem coragem de se declarar.

Deixe nos comentários o que você achou dessas dicas, se elas foram úteis. Se tiver gostado, inscreva-se para receber as atualizações e espero poder vê-lo no workshop "Diferenças na comunicação masculina e feminina"

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Comentários sobre a entrevista de Jordan Peterson à Cathy Newman

Algumas pessoas já devem ter visto, mas imagino que muitas depararam-se com a barreira linguística. Para facilitar, comentarei, no canal do YouTube, sobre a entrevista que o Psicólogo Jordan Peterson deu à jornalista britânica Cathy Newman e as falácias presentes na reportagem, mas que estão impregnadas na sociedade.